Com uma tripulação de 14 marinheiros, Indianos, naturais de Diu, transportando toneladas de carvão, o VISHVAKALYAN siu de Brava, a norte de Mogadíscio, a 1 de Junho e, dois dias depois, foi abordado por três botes com mais de uma dúzia de piratas que os espancaram, roubaram e levaram quase todo o combustível.
A Corte Real avistou a "Dhow", embaracação típica dos mares do Índico, eram 0645 horas locais (0445 em Lisboa) e fez o contacto rádio, mas sem resposta.
Teve que ir a bordo uma equipa de fuzileiros que obteve a seguinte resposta: «estamos sem água e sem comida e fomos atacados por piratas durante dez dias»
Teve que ir a bordo uma equipa de fuzileiros que obteve a seguinte resposta: «estamos sem água e sem comida e fomos atacados por piratas durante dez dias»
Perante esta resposta foi imediatamente accionada a intervenção de uma equipa de apoio médico e posteriormente iniciou-se o transporte de alimentos, água e combustível suficiente para poderem chegar a um ponto de reabastecimento.
Após a acção de auxilio da Corte real, o Almirante Pereira da Cunha, que comanda a força NATO na região contra a pirataria, resumiria em poucas palavras o que foi feito: «Isto que fizemos é um dever, não é uma tarefa, ou uma missão». Tem a ver com o código de conduta do marinheiro, que «nunca abandona outro marinheiro em dificuldades», afirmou o Almirante Português á agência Lusa.
2 comentários:
Muitos Parabéns!!! São estas acções que marcam e elevam o espírito português.
Continuação de bons mares.
Um forte abraço para ti mano.
Mais um caso impressionante: os piratas somalis são, verdadeiramente, capazes de tudo. Até de roubar miseráveis, como os deste navio tradicional. Por isso mesmo, acho que a atitude internacional perante estes crimes devia ser mais firme e não limitar-se a desarmar os piratas e confiá-los às autoridades de um país que não tem autoridade. Compreendo que foi esse vazio que levou a abusos nos mares somalis, nomeadamente sobrepesca não licenciada, que retirou aos pescadores locais o seu ganha-pão, oferecendo-lhes, em troca, um sentimento de revolta que acabou por conduzir aos primeiros ataques. Só que rapidamente os pescadores entenderam que a pirataria era uma actividade mais fácil e incomparavelmente mais lucrativa que a pesca. E isso nunca acabará enquanto a penalização for apenas a apreensão dos barcos e das suas armas. Seja como for, mais uma vez fico orgulho do sentido de humanismo manifestado pela Armada Portuguesa. De facto, mais do que uma missão, essa atitude é um dever. Continuem a honrar o nosso país!
Alexandre Correia
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