sexta-feira, 12 de junho de 2009

FORT JESUS OF MOMBASA

Vasco da Gama foi o primeiro a chegar a Mombasa em 1498, mas as relações com a população local depressa se deteriorou. Passada uma semana Vasco da Gama achou prudente e navegou até ao porto amigo de Malindi.

Os Portugueses regressam mais tarde a Mombasa, e tomam a cidade, começando a construção do Forte de Jesus em 1593. O Forte ergue-se no topo de uma formação de coral sobranceira á entrada do porto de Mombasa.

A principal função desta fortificação era a defesa da escala comercial portuguesa entre o Estado da Índia e os interesses Portuguesas na África Oriental.

A sua planta apresenta o formato de um quadrilátero, com baluartes nos vértices - os dois pelo lado de terra triangulares, em forma de espigão, e os dois voltados para o mar, em triângulo obtuso - respectivamente sob a invocação de São Filipe, Santo Alberto, São Matias e São Mateus.

Actualmente transformado em Museu, podemos encontrar inúmeras referencias à passagem dos Portugueses por este local, como é o caso de pinturas alusivas à vida no mar.

Um dos cinco volumes da "Portugaliae Monumenta Cartographica" impresso em Lisboa em 1960, revela uma colecção de reproduções Portuguesas de cartas e mapas dos séculos XVI e XVII. Foi oferecido pelo Dr. Pedro Theotónio Pereira por ocasião da abertura oficial do Forte Jesus e Museu em 29 de Outubro de 1960.

A planta do Forte Jesus repete-se no Forte dos Reis Magos, em Natal, na costa nordeste do Brasil, iniciado em 1958 pelo jesuíta Gaspar de Sampares, que fora "mestre nas traças de engenharia na Espanha e Flandres" e discípulo do italiano Giovanni Battista Antonelli: uma coincidência decerto explicável pelo uso das mesmas fontes.

Em 1696 uma grande expedição islâmica de Omã atingiu Mombaça, impondo cerco à fortaleza a partir do dia 13 de Março. A sua guarnição constituía-se então por de 50 a 70 soldados Portugueses e algumas centenas de nativos leais. A fortaleza recebeu auxílio, em Dezembro desse ano, de uma expedição Portuguesa enviada para esse fim, mas nos meses seguintes, uma epidemia matou todos os Portugueses da guarnição e, a 16 de Junho de 1697 a defesa da praça encontrava-se nas mãos do xeque Daud de Faza, com 17 de seus familiares, 8 Africanos e 50 Africanas.

Em 15 de Setembro de 1697 uma embarcação Portuguesa chegou com alguns reforços e, no final de Dezembro do mesmo ano, outra chegou de Goa também com alguns soldados. Na manhã de 13 de Dezembro de 1698, após dois anos e nove meses de assédio, as forças de Omã fizeram um ataque decisivo, logrando finalmente tomar o forte, cuja guarnição estava reduzida ao Capitão, nove homens e um religioso, frei Manoel de Jesus. Sete dias mais tarde, uma frota com reforços Portugueses chegava a Mombaça, mas era tarde demais: com a conquista do Forte Jesus, toda a costa dos actuais Quénia e Tanzânia, juntamente com Zanzibar e Pemba, caiu em mãos das forças islâmicas de Omã.

Graças a uma revolta das tropas africanas contra os governantes de Omã, o sultão de Pate, a quem o forte foi oferecido, entregou-o aos Portugueses em 16 de Março de 1728. No ano seguinte (1729), uma revolta dos habitantes de Mombaça contra os Portugueses conduziu a um novo cerco ao forte no mês de Abril, forçando a rendição da guarnição em 26 de Novembro desse mesmo ano.

A partir de então a fortificação mudaria de mãos ao sabor das forças dominantes na região, até à independência do Quénia no século XX. Assim, entre 1741 e 1837 Mombaça constitui-se numa cidade-estado independente. Voltou a ser dominada por Omã até 1888 mas, na prática, desde 1875 era controlada pelos ingleses. Com a constituição, em1895, da colónia inglesa do Quénia, as instalações do Forte Jesus foram utilizadas como uma prisão governamental.

Com vistas à sua restauração, este Forte foi estudado por especialistas ingleses e quenianos a partir de 1958, com o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa. É, nos nossos dias, o mais importante monumento histórico do Quénia.

Recorde-se que no passado dia 10 de Junho (Dia de Portugal), o Forte de Jesus em Mombasa foi um dos nomeados, juntamente com o Forte de Muscat - Omã para a eleição das 7 maravilhas de Portugal.

Fotos: José Santos (SCOPS), Miguel Ramos (SENS) e S. Lea (SCO)
Texto: Extraido parcialmente da
Wikipédia

1 comentário:

Célia disse...

Finalmente resolveste mostrar um dos teus talentos. Já estava admirada, demorou algum tempo. Gosto muito que apareças pela frente da máquina, assim, posso regalar a vista, mas sei que te sentes muito melhor atrás dela. E nada como ter um brinquedo, à altura!
Beijos, cheios de saudades…